Da Redação
Em um mundo onde a produção de alimentos atinge volumes recordes, a fome e a insegurança alimentar persistem como sombras persistentes sobre milhões de pessoas. O Dia Mundial da Alimentação, celebrado anualmente em 16 de outubro – data da fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) –, serve como um lembrete contundente de que, embora a abundância exista, sua distribuição ainda é profundamente desigual.
O tema “Direito aos alimentos para um futuro e uma vida melhores”, pauta de edições recentes, ressalta a alimentação não apenas como uma necessidade biológica, mas como um direito humano fundamental. É uma provocação para governos, setor privado e sociedade civil refletirem sobre o que significa ter segurança alimentar: acesso permanente a alimentos saudáveis, de qualidade, em quantidade suficiente e de forma sustentável.
A realidade brasileira, por exemplo, ainda apresenta contrastes preocupantes. Embora haja avanços e políticas públicas em andamento, como os planos nacionais de abastecimento e agroecologia, a insegurança alimentar severa afeta uma parte significativa da população, expondo a urgência de fortalecer esses programas e garantir que alcancem os mais vulneráveis. A busca pela erradicação da fome passa necessariamente pela inclusão de políticas que considerem a complexidade das cadeias alimentares, da produção ao consumo.
Além disso, a forma como produzimos e consumimos alimentos impacta diretamente o meio ambiente. A sustentabilidade dos sistemas agroalimentares, que inclui a proteção dos biomas e o fomento à agricultura familiar e orgânica, é essencial para garantir alimentos saudáveis sem comprometer o planeta para as futuras gerações. A celebração do Dia Mundial da Alimentação é também uma oportunidade para destacar a necessidade de uma transformação sistêmica.
Portanto, a data não deve ser apenas uma efeméride. É um momento de ação coletiva, de conscientização e de cobrança por um mundo onde o direito à alimentação adequada seja uma realidade para todos. A luta pela segurança alimentar é um esforço contínuo que exige o engajamento de cada um, seja através do apoio a produtores locais, da redução do desperdício ou da participação em discussões sobre o futuro da nossa comida. O prato cheio e nutritivo é um direito, não um privilégio.