O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou que seguirá vigilante na condução da política monetária e admitiu a possibilidade de novos ajustes na taxa básica de juros. A sinalização consta na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (23).
Na semana passada, o colegiado decidiu manter a Selic em 15% ao ano. Além disso, o comunicado destacou que a convergência da inflação à meta exige juros em patamar elevado por período prolongado.
Incertezas no cenário
O Copom apontou que o ambiente segue marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação acima da meta e resiliência na atividade econômica. Também citou pressões no mercado de trabalho e riscos relacionados à política fiscal doméstica.
No campo externo, o comitê acompanha os efeitos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. A avaliação é de que esses fatores exigem cautela na condução da política monetária.
Projeções de inflação
As estimativas de inflação foram mantidas em 4,8% para 2025 pelo Copom, 3,6% para 2026 e 3,4% no primeiro trimestre de 2027 — horizonte considerado relevante para a política monetária. Todos os valores estão acima do centro da meta de 3%.
A projeção considera queda dos preços livres, de 5% neste ano para 3,3% em 2027. Já os preços administrados devem recuar de 4,3% para 3,8% no mesmo período.
Cenário de referência
O cálculo parte de premissas como câmbio inicial em R$ 5,40, bandeira verde de energia até 2026 e trajetória de petróleo alinhada à curva futura nos próximos seis meses. Após esse período, a projeção do Copom assume alta de 2% ao ano.