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Chuvas e doenças no rebanho: ameaça crescente à pecuária

Chuvas e doenças no rebanho: ameaça crescente à pecuária


Entre 2020 e 2023, o Brasil registrou 7.539 desastres relacionados a chuvas intensas, como enxurradas, inundações e deslizamentos, segundo o relatório Temporadas das Águas, da Unifesp. O número representa um aumento de 223% em relação à década de 1990 e deve seguir crescendo, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde se projeta aumento de até 30% no volume de chuvas até 2100.

Esse novo cenário climático não afeta apenas estradas, lavouras e estruturas. Ele representa também uma ameaça silenciosa: doenças no rebanho. A situação pode causar impactos diretos na produtividade, bem-estar e rentabilidade das fazendas.

A combinação entre solo encharcado, barro acumulado e matéria orgânica em decomposição forma o ambiente ideal para a proliferação de bactérias, fungos e vermes. Conheça as principais doenças no rebanho que tendem a crescer com as chuvas intensas:

Mastite

O contato constante dos tetos com lama e sujeira eleva o risco de infecção nas vacas leiteiras. A doença compromete a qualidade e o volume do leite, além de demandar tratamentos prolongados e custo adicional com medicamentos.

Pododermatite

Áreas alagadas favorecem lesões nos cascos, causando dor, claudicação e perda de desempenho. O animal reduz o consumo de alimentos e o ganho de peso, afetando diretamente os índices zootécnicos.

Verminoses gastrointestinais

A umidade constante nas pastagens acelera o ciclo de vida de parasitas internos. Os bovinos infectados apresentam perda de apetite, fraqueza e maior suscetibilidade a outras doenças.

Além da saúde, o estresse provocado por ambientes úmidos e insalubres também afeta a imunidade dos animais, dificultando a recuperação e aumentando os riscos de novos surtos.

A ameaça invisível das doenças no rebanho
Foto: Divulgação l Fazenda Pantanal

Impactos econômicos vão além da sanidade animal

As consequências das doenças no rebanho, causadas por chuvas extremas, não param nos diagnósticos clínicos. Há elevação nos custos com tratamento veterinário, perdas de produção, aumento da mortalidade em rebanhos jovens e queda na fertilidade de matrizes.

Em propriedades com produção intensiva ou genética de alto valor, qualquer prejuízo sanitário representa perdas expressivas. O manejo diário também se torna mais difícil em áreas com lama excessiva, atrasando manejos como apartação, vacinação e alimentação.

Boas práticas ajudam a prevenir prejuízos sanitários

Diante do aumento da frequência de eventos extremos, o pecuarista deve adotar estratégias estruturais e sanitárias adaptadas ao novo clima. Confira as principais recomendações:

1. Reavalie áreas de manejo

  • Evite deixar os animais em locais alagadiços.
  • Mapeie áreas de drenagem deficiente.

2. Melhore a infraestrutura

  • Use pisos drenantes em currais e áreas de ordenha.
  • Proteja cochos e bebedouros com coberturas.
  • Mantenha locais de descanso secos e limpos.

3. Refine o controle sanitário

  • Faça vermifugação estratégica com base em exames.
  • Atualize o calendário vacinal.
  • Reforce a limpeza de piquetes e descarte de matéria orgânica.

4. Conte com assistência técnica

  • A atuação de um médico-veterinário é essencial para prevenir surtos, adaptar protocolos e responder com agilidade a qualquer sinal clínico.

O avanço das chuvas intensas como padrão climático exige uma mudança de mentalidade na pecuária nacional. A adoção de medidas preventivas, o fortalecimento da estrutura sanitária das fazendas e a atenção constante ao bem-estar animal são caminhos sem volta para garantir produtividade com sustentabilidade.



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