Pecuaristas, o segredo para o sucesso no confinamento não está apenas em uma boa dieta, mas em como ela é produzida e entregue aos animais. A diferença entre o lucro simulado em uma planilha e o resultado real pode estar na falta de eficiência operacional. Um confinamento automatizado é a chave para resolver esse problema, garantindo uma arroba mais barata e maiores lucros.Assista ao vídeo abaixo e confira.
Nesta quarta-feira (20), o zootecnista Maurício Scoton, professor da Uniube, apresentou no quadro “Dicas do Scoton” do Giro do Boi um caso de sucesso que ilustra a importância da tecnologia para ganhar eficiência. Ele mostrou como um sistema de automação revolucionou a gestão de um confinamento, transformando a teoria em prática.
O abismo entre a teoria e a prática
Um dos grandes desafios no confinamento é a diferença entre a dieta formulada pelo nutricionista e o que realmente chega ao cocho. Essa falha operacional, por menor que seja, pode comprometer todo o resultado da engorda.
Em uma simulação de resultados, o lucro esperado era de R$ 776 por animal, mas o produtor não conseguia ver esse dinheiro no final da operação.
Maurício Scoton explica que a origem do problema era um “abismo operacional” na mistura e distribuição da dieta.
Antes da automação, a fazenda cometia erros graves, que elevavam os custos e prejudicavam o desempenho do rebanho:
- Erros nos ingredientes mais caros: A inclusão de DDG e sorgo, os ingredientes mais caros da dieta, tinha erros na casa de 40%, o que elevava o custo da arroba produzida.
- Excesso de volumoso: A adição de mais bagaço do que o recomendado, uma fibra de menor qualidade, reduzia o consumo dos animais, diminuindo o ganho de peso.
- Falta de pré-mistura: A pré-mistura, que contém núcleos e ionóforos essenciais, era adicionada em 20% a menos, causando instabilidade na curva de consumo e impactando o desempenho dos animais.
A automação como solução

A instalação de um sistema de automação resolveu esses problemas. O software, que se conecta à balança do vagão, monitora com precisão a mistura e a distribuição da dieta, garantindo a consistência e a eficiência.
Após a automação, os resultados foram impressionantes, mostrando a importância da precisão na nutrição:
- Redução drástica dos erros: O erro na inclusão do DDG e sorgo caiu de 40% para 0,6%. O erro no bagaço foi de 44% para 0,9%. E na pré-mistura, o erro foi para apenas 0,34%.
- Precisão no fornecimento: A automação corrigiu os desvios no fornecimento do trato, que antes eram enormes (50 kg de matéria seca a mais por dia), e garantiu que a dieta formulada no computador fosse a mesma entregue no cocho, otimizando o consumo e o ganho de peso.
Maurício Scoton enfatiza que a culpa não é do tratador, mas da falta de precisão que um sistema de automação oferece.
A tecnologia empodera a equipe, elevando o nível de excelência no trato e garantindo que o confinamento seja, de fato, uma operação lucrativa e precisa.