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Pecuária na COP 30: Brasil pode liderar, mas precisa defender produtor

Pecuária na COP 30: Brasil pode liderar, mas precisa defender produtor


Pecuaristas, a sustentabilidade não é mais um conceito à parte da economia, mas sim um fator central que pode gerar renda e um diferencial competitivo. Com a proximidade da COP 30, a maior conferência climática do planeta, o Brasil se prepara para receber o mundo em Belém, no estado do Pará, e a agropecuária tem um papel fundamental nessa discussão. Assista ao vídeo e confira esta incrível conversa.

O advogado com doutorado em Harvard e professor da FGV Daniel Vargas, em entrevista ao Giro do Boi, analisou o cenário e as expectativas para a COP 30.

Ele alerta para o risco de o setor ser punido de forma indevida e injusta por um conjunto de problemas que não são de sua responsabilidade, e a necessidade de o Brasil se posicionar de forma mais estratégica na agenda climática.

Foto: Divulgação

Daniel Vargas se mostra preocupado com a forma como o Brasil tem assumido seus compromissos internacionais.

Na proposta atual do Plano Clima, o país se compromete a cortar as emissões em até 67% nos próximos 10 anos, e a agricultura e a pecuária, como principal setor da economia, terão que reduzir em até 54% as suas emissões.

O especialista considera essa distribuição injusta, pois:

  • Culpa por desmatamento: Cerca de 70% do desmatamento é atribuído ao proprietário privado, o que, segundo ele, é um diagnóstico equivocado e que não leva em conta a complexidade do problema.
  • Virtudes ocultas: Os méritos da agropecuária, como o sequestro de carbono pelas pastagens, a recuperação de áreas degradadas e a produtividade que reduz o tempo de emissão de gases de efeito estufa, não são levados em conta na conta final.
  • Aumento da conta: Os defeitos são magnificados, enquanto as virtudes são ocultadas, o que pode levar a um desequilíbrio na atribuição de responsabilidades.

Para Vargas, essa estrutura pode acabar punindo o produtor rural, que é a base da soberania alimentar e um setor estratégico do país.

Ele ressalta que países como os da Europa, que historicamente são os maiores responsáveis por emissões, não estão sequer anunciando suas metas de corte de emissões de forma clara.

A estratégia do Brasil na COP 30

Foto: Divulgação/CNA

Apesar dos desafios, Daniel Vargas vê uma oportunidade única para o Brasil. A saída de grandes emissores das negociações internacionais, como os Estados Unidos, deixou um vácuo de liderança. O Brasil pode e deve ocupar esse espaço, com uma estratégia clara e propositiva:

  • Tropicalizar as métricas: É necessário discutir os parâmetros de cálculo da sustentabilidade, para que os critérios, criados com base em realidades de outros países, se adaptem à realidade brasileira e de outros países tropicais.
  • Negociação interna: É preciso organizar a transição para o futuro com as lideranças nacionais, para acentuar a capacidade de produzir mais, crescer e gerar benefícios ambientais.
  • Diplomacia engajada: O Brasil não deve apenas repercutir uma agenda de fora, mas criar a sua própria, que represente os produtores de alimentos da América Latina, África e Ásia.

O mercado de carbono e a valorização do produtor

Foto: Reprodução/Nelore Vera Cruz

O mercado de carbono, mesmo em baixa no momento, tende a crescer. Se for bem organizado, pode dar valor aos serviços ambientais prestados pelo produtor rural, como a reserva legal e o sequestro de carbono pelas pastagens.

Vargas é otimista, pois acredita que à medida que o debate se torna mais transparente, as virtudes do Brasil tendem a ganhar mais relevância.

O produtor rural brasileiro, que já vence “dentro da porteira”, precisa mostrar que sua produção é feita com respeito à floresta, ao bem-estar animal e ao meio ambiente.

Para o especialista, o que se espera é que a mensagem do Brasil na COP 30 seja a favor da produção sustentável, inclusiva e competitiva, para que quem produz bem feito, possa ganhar, ou ao menos, não ser injustamente atacado.



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