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Workshop 50 anos renova papel e protagonismo da Embrapa Soja

Workshop 50 anos renova papel e protagonismo da Embrapa Soja


Um workshop realizado nesta segunda-feira (26) em Londrina, Norte do Paraná, abordou passado, presente e principalmente futuro da soja e da pesquisa da soja no Brasil e no mundo. O evento reuniu pesquisadores, cooperativas, produtores, lideranças públicas e privadas. Com transmissão ao VIVO pelo Canal Rural, os debates reafirmaram a importância da política pública aplicada e adequada à pesquisa, bem como as parcerias público-privadas para manter o país na vanguarda do PD&I no agro.

Chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno comemora: “Com muita ciência e tecnologia, com os nossos parceiros as universidades, as instituições estaduais de pesquisas, e os produtores, a Embrapa ajudou a tropicalizar a soja, que antes não se plantava em regiões tropicais. Chegamos até aqui com excelentes resultados, e sempre olhando para o futuro, pensando sobre o que precisamos para continuar produzindo com sustentabilidade, que tem três eixos: social, econômico e o ambiental”.

“Com muita ciência e tecnologia, com os nossos parceiros as universidades, as instituições estaduais de pesquisas, e os produtores, a Embrapa ajudou a tropicalizar a soja, que antes não se plantava em regiões tropicais.

Alexandre Nepomuceno, Chefe-geral da Embrapa Soja

Para Nepomuceno o primeiro salto e mais eminente seria para a agregação ainda maior de valor, como a produção de combustíveis para a aviação, fibras para roupas, pneus, asfalto, entre outros. “Temos que começar a pensar nisso, junto com a indústria e os produtores”, destacou. A lista de vitórias da soja brasileira parece interminável, envolvendo desde a transformação do interior brasileiro, desenvolvimento de cidades, até ser a nova alternativa de energia renovável. Essa foi uma das perspectivas descritas e discutidas durante o evento.

Repórter Valéria Burbelo entrevista Alexandre Nepomuceno, chefe geral da Embrapa Soja, durante o evento em Londrina.

O diretor em pesquisa da Embrapa Clênio Pillon explicou que as pesquisas em microrganismos estão fazendo uma nova revolução na agricultura brasileira e mundial, aproveitando a oportunidade de valorizar a biodiversidade brasileira, que é o maior repositório que temos no planeta especialmente de espécies vegetais, como é caso do bioma fóssil, com tecnologia desenvolvida pela Embrapa, junto com uma empresa parceira.

O assessor especial do Ministério da Agricultura, Carlos Augustin, reforçou que instituições como a Embrapa Soja precisam de investimento contínuo do governo para seguir impulsionando a inovação e a sustentabilidade no campo. “Claro que temos problemas de recursos, o governo federal tem sustentado a Embrapa. A empresa precisa se modernizar, precisa ter mais convênios internacionais, e nós estamos trabalhando para que ela seja mais ágil mais eficiente, mas também que possa ter recursos, inclusive da iniciativa privada, para se auto fomentar”, disse Augustin.

A “cereja do bolo” da comemoração foi a presença da pesquisadora Doutora Mariângela Hungria, que no dia 13 de maio foi consagrada com o Prêmio Mundial de Alimentação, o Word Food Prize, reconhecido como o “Nobel” da Agricultura. Após quatro décadas de trabalho na Embrapa, a doutora está sendo premiada por desenvolver tecnologias baseadas em microrganismos do solo, substituindo fertilizantes químicos por soluções biológicas, contribuindo para a microbiologia do solo e para a agricultura sustentável.

Hungria ressalta que o Brasil não seria o maior produtor exportador de soja se não fossem esses biológicos. “A soja precisa muito de nitrogênio por ser muito rica em proteína e já estamos importando 85% dos fertilizantes nitrogenados. Eles são caríssimos e cotados em dólar, além de serem os mais poluentes ao meio ambiente. Isso os torna inviáveis economicamente. Economizamos no ano passado 25 bilhões de dólares que deixamos de comprar em fertilizantes. Esses microrganismos fazem isso por nós praticamente de graça e são o que fazem o Brasil ser o maior produtor e exportador de soja’, explicou a Doutora Mariângela.

Mariângela Hungria, doutora e pesquisadora da Embrapa.

“Economizamos no ano passado 25 bilhões de dólares que deixamos de comprar em fertilizantes. Esses microrganismos fazem isso por nós praticamente de graça e são o que fazem o Brasil ser o maior produtor e exportador de soja”.

Mariângela Hungria, doutora e pesquisadora da Embrapa

“A agricultura moderna passa por uma transição de base química para base biológica. O papel dos biológicos é fundamental, quer seja como promotores de crescimento, como fixadores de nitrogênio, ou controladores de pragas e doenças, mas são alternativas sustentáveis que vão gerar mais rentabilidade e produtividade”, afirmou Susana Carvalho, da Rizobacter no Brasil. 

Antônio Márcio Buainain, professor livre docente da Unicamp, participou em um dos painéis e ressaltou a importância da soja como principal cultura agrícola do país, responsável pelo desenvolvimento de cidades inteiras principalmente no interior do Brasil: “Um em cada 3 dólares do agro vem da soja. O complexo da soja é um dos maiores empregadores do agro e da indústria brasileira, com estimativas que variam de 2 mihões a 4,5 milhões de postos de trabalho, sem incluir impacto em segmentos como transporte. Estes dados nos mostram que investir em pesquisa é investir em soberania econômica, e que a ciência da Embrapa transformou a soja e a soja ajudou a transformar o Brasil”.

“Investir em pesquisa é investir em soberania econômica. A ciência da Embrapa transformou a soja e a soja ajudou a transformar o Brasil”

Antônio Márcio Buainain, professor livre docente da Unicamp

Presente no evento, Leori Hermann, CEO da Unity Agro, destacou a importância das pesquisas e tecnologias da produção: “Não existiria soja no Brasil hoje sem a Embrapa Soja, o agro produtivo e o agro exportador”, afirmou. Leori falou ainda dos fertilizantes especiais, área de atuação da sua companhia, que também demanda muita pesquisa e desenvolvimento, neste caso para fazer frente a um dos princiapis desafios da agricultura moderna, que é o estresse climático, variável que supera inclusive as frustrações provocadas por pragas, doenças, plantas daninhas e deficiências nutricionais, explica o executivo.

Tages Martinelli, diretor comercial da Sementes Jotabasso, afirmou que “para nós, que produzimos sementes de soja, o trabalho e a trajetória da Embrapa Soja foram essenciais. Nosso compromisso de levar soluções de alto padrão às mãos de quem produz com certeza conta muito com o suporte técnico e científico desta instituição”.

Giovani Ferreira, diretor do Canal Rural Sul, destacou a relevância da soja classificando a cultura como o grande ativo do agronegócio brasileiro. “Com mais de 160 milhões de toneladas de produção, exportamos mais de 100 milhões de toneladas em grão e processamos outras 50 milhões de toneladas, com agregação de valor principalmente em farelo e óleo”, disse Ferreira.

Para quem não conseguiu acompanhar os debates, segue link abaixo com a transmissão, que teve o apoio da Itaipu Binacional, Rizobacter, Unity Agro e Jotabasso Sementes.

Assista: Workshop Embrapa Soja 50 anos



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