USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ -- USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ --
Navegando:
entenda a classificação e a genética por trás do rebanho brasileiro

entenda a classificação e a genética por trás do rebanho brasileiro


A diversidade do rebanho bovino mundial permite uma classificação simplificada das raças bovinas em grandes grupos, cada um com particularidades importantes para a produção de carne e leite.

Conhecer essas classificações é fundamental para o pecuarista que busca otimizar seu sistema produtivo e tomar decisões mais assertivas no campo.

De acordo com a Embrapa Gado de Corte, as raças bovinas podem ser divididas em quatro categorias principais: taurinas, taurinas adaptadas, zebuínas e compostas.

Raças taurinas (Bos taurus)

Reprodutor da raça angus. Foto: ABA

As raças taurinas são caracterizadas por sua origem europeia e são divididas em três subgrupos principais, com diferenças de porte e características de produção:

  • Raças britânicas: São animais de menor porte entre os taurinos, com peso de abate que geralmente varia entre 420 kg e 450 kg. Destacam-se pela precocidade, alta maciez e suculência da carne.
  • Outras raças dos países baixos e ilhas britânicas: Possuem um porte ligeiramente maior que as britânicas, com peso de abate entre 450 kg e 500 kg. São consideradas as mais leiteiras dentro do grupo dos taurinos e, se presentes, seus chifres são curtos.
  • Raças continentais: Caracterizam-se por seu grande porte, atingindo peso de abate entre 540 kg e 610 kg. Quando presentes, os chifres são mais longos. Apresentam maior rendimento de carcaça ao abate, mas são mais tardias tanto sexualmente quanto para o acabamento de carcaça.
    • Exemplos: blonde d´aquitaine, charolês, chianina, limousin, marchigiana, pardo suíço corte e simental.

Raças taurinas adaptadas

Reprodutor da raça senepol. Foto: Divulgação

São raças de origem taurina que, ao longo de sua formação, desenvolveram a capacidade de se adaptar especificamente aos climas tropicais.

Neste grupo, encontramos:

  • Raças crioulas: Formadas a partir de animais introduzidos pelos colonizadores europeus e que se adaptaram naturalmente às condições brasileiras.
    • Exemplos no Brasil: caracu, curraleiro, pantaneiro, lajeano e mocha nacional.
    • Exemplo na Colômbia: romosinuano.
  • Raças taurinas africanas:
    • Exemplo: Raça n’dama (Senegal).
  • Compostos taurinos:
    • Exemplo: senepol (5/8 n’dama – 3/8 red poll).
  • As taurinas adaptadas mantêm a qualidade de carne própria do bos taurus, aliada à resistência e à capacidade de se desenvolverem eficientemente em ambientes tropicais.

    Raças zebuínas (bos indicus)

    Bovinos da raça Nelore. Foto: Divulgação
    Bovinos da raça Nelore. Foto: Divulgação

    No Brasil, as raças zebuínas têm peso ao abate que varia entre 460 kg e 500 kg. São geralmente consideradas mais tardias sexualmente, com menor massa muscular e uma maciez de carne mais variável em comparação com as raças taurinas.

    No entanto, seu grande trunfo para sistemas de produção nos trópicos é a superior tolerância ao calor, à radiação solar, à umidade e a endo e ectoparasitas. Essa adaptabilidade as torna ideais para as condições climáticas e sanitárias brasileiras.

    • Exemplos: nelore, guzerá, gir, tabapuã, indubrasil, sindi e brahman.

    Raças compostas ou sintéticas

    Touro reprodutor da raça Santa Gertrudis. Foto: Divulgação/ABSG
    Touro reprodutor da raça santa gertrudis. Foto: Divulgação/ABSG

    São raças desenvolvidas a partir do cruzamento planejado entre animais das espécies bos taurus e bos indicus.

    O principal objetivo dessas raças é combinar as melhores características de ambos os grupos: a rusticidade e adaptabilidade dos zebuínos com a produtividade e a qualidade de produto dos taurinos.

    • Exemplos:
      • Santa gertrudis (5/8 shorthorn – 3/8 brahman) – a primeira raça formada com essa finalidade.
      • Belmont red (5/8 shorthorn – 3/8 brahman).
      • Blonel (5/8 blonde – 3/8 nelore).
      • Bonsmara (5/8 africander – 3/16 hereford – 3/16 shorthorn).
      • Braford (5/8 hereford – 3/8 zebu).
      • Brangus (5/8 angus – 3/8 zebu).
      • Canchim (5/8 charolês – 3/8 zebu).
      • Montana tropical (>=75% taurino e >=50% zebu ou taurino adaptado).
      • Purunã (1/4 charolês – 1/4 caracu – 1/4 aberdeen angus – 1/4 canchim).
      • Simbrasil (5/8 simental – 3/8 nelore).

    Essa classificação simplificada ajuda a entender a vasta diversidade genética bovina e como cada grupo se adequa a diferentes sistemas de produção e objetivos no campo, permitindo ao pecuarista escolher as raças mais adequadas para sua propriedade.



    Source link

    Assine nossa Newsletter

    Sinta-se no campo com as notícias mais atualizadas sobre o universo do agronegócio.

    Sem spam, você pode cancelar a qualquer momento.


    Notícias Relacionadas

    Ração de lucro máximo: software revoluciona a dieta e o lucro na pecuária

    Pecuaristas, a suplementação na seca é um pilar para o sucesso da pecuária, e a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada na otimização de dietas e na lucratividade. A precisão no confinamento, com o uso de câmeras, balanças e sensores, impacta diretamente o ganho de peso e a conversão alimentar do gado. Assista ao vídeo e entenda essa ferramenta. O programa Giro do Boi recebeu o professor, pesquisador e nelorista Dante Pazzanese Lanna, do departamento de Zootecnia da Esalq, para conversar sobre o tema. Ele destacou o papel da nutrição e da genética para alcançar resultados espetaculares, como o abate de gado nelore de

    Abacaxi na silagem: entenda como o fruto pode nutrir bem o seu gado

    Pecuaristas, a busca por alternativas de alimento para o gado, especialmente em regiões com produção abundante de frutas, é uma prática que pode trazer economia e sustentabilidade. Ailton Conceição Filho, de Porto Nacional, no estado do Tocantins, uma região que produz muito abacaxi, levantou uma dúvida interessante: é possível fazer silagem de abacaxi para alimentar o gado? Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta na íntegra. Nesta sexta-feira (22), o zootecnista Edson Poppi, especialista na área de silagem e embaixador de conteúdo do Giro do Boi, respondeu à pergunta no quadro “Giro do Boi Responde”. Ele explica que o resíduo de abacaxi tem um

    Sistema Antecipasto eleva produção e reduz emissões na pecuária

    O Sistema Antecipasto, validado a cerca de um ano atrás, já trouxe resultados expressivos para propriedades rurais no bioma do Cerrado. O sistema desenvolvido pela Embrapa Agropecuária Oeste, se consolida como um aprimoramento da Integração Lavoura-Pecuária. Neste modelo, o produtor pode semear o capim cerca de 20 dias após a semeadura da soja sem comprometer o seu desenvolvimento. Dessa forma, a tecnologia antecipa em até 60 dias a formação da pastagem no ciclo da soja, garantindo disponibilidade de forragem mesmo em períodos de estiagem e solos com baixa fertilidade. Em alguns casos, o sistema pode elevar em até 50% a produção de carne por hectare.

    Economista de Harvard classifica tarifaço de Trump como ineficaz até para americanos

    O ‘tarifaço’ promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra parceiros comerciais é considerado ineficaz até mesmo para os americanos, segundo o economista da Universidade de Harvard Dani Rodrik. Para ele, as sucessivas taxações sobre produtos importados não estimulam a economia nem garantem melhores empregos aos norte-americanos. “Há uma boa chance de que, no final das contas, isso seja autodestrutivo”, afirma Rodrik. As informações são da Agência Brasil. O economista participou do seminário Globalização, Desenvolvimento e Democracia, realizado pelo BNDES e Open Society Foundations no Rio de Janeiro. Rodrik criticou a política de Trump, dizendo que os objetivos de reconstrução industrial e fortalecimento da

    Veja como a arroba do boi gordo terminou a semana

    O mercado físico do boi gordo se depara com manutenção do padrão das negociações em grande parte do país. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios no restante de agosto ainda sugere por um perfil mais lateralizado, com os frigoríficos ainda encontrando certa dificuldade na composição de suas escalas de abate. “Para o último quadrimestre a expectativa em torno dos preços da arroba do boi gordo ainda é favorável, considerando a continuidade de um ritmo forte de exportação, somado ao auge do consumo no mercado doméstico”, conta. São Paulo: R$ 312,02 — ontem: R$ 311,68 Goiás: R$

    Brasil passará a exportar carne bovina para país do Caribe

    O governo brasileiro concluiu negociação sanitária para exportar carne bovina, produtos cárneos e miúdos bovinos para São Vicente e Granadinas, nação do sul do Caribe composta por uma cadeia de ilhas, com cerca de 100 mil habitantes. “A abertura faz parte da estratégia do governo brasileiro de diversificação de parcerias comerciais”, diz o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em nota. Segundo a pasta, em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 288 milhões em produtos agropecuários para países da Comunidade do Caribe (Caricom), de que São Vicente e Granadinas é membro. Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 403 aberturas de mercado desde o

    Plano Brasil Soberano terá 4 linhas de crédito, detalha diretor do BNDES

    O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, informou que o Plano Brasil Soberano terá ao todo quatro linhas de crédito. De acordo com ele, duas serão de investimentos e duas de capital de giro. O intuito é mitigar o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações do Brasil. “Uma linha de capital de giro é para a empresa lidar com falta de receita e uma segunda linha de capital de giro para empresas prospectarem novos mercados”, disse Barbosa. Segundo ele, a linha de capital de giro a gastos operacionais gerais terá taxa

    leilões já superam R$ 77 milhões em faturamento

    A 18ª ExpoGenética, realizada em Uberaba (MG) pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), já ultrapassou a marca de R$ 77,5 milhões em faturamento com os 15 leilões oficializados até esta quinta-feira (21). O evento, considerado a maior vitrine da pecuária zebuína no país, vem registrando alta liquidez e valorização da genética ofertada. Na quarta-feira (20), quatro remates reforçaram o ritmo do mercado: O 8º Leilão Genética Aditiva ExpoGenética 2025 movimentou R$ 5,59 milhões com a venda de 27 animais nelore, média de R$ 207,1 mil. O Leilão Reserva ExpoGenética Santa Nice arrecadou R$ 4,26 milhões, com 32 nelore comercializados a uma média de

    Alta de juros domina cenário do mercado; saiba mais no Diário Econômico

    No morning call de hoje, a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, comenta que juros futuros subiram com pesquisas eleitorais e cautela global, aumentando o risco doméstico. O dólar encerrou a R$ 5,47, reagindo ao cenário externo e tensões com os Estados Unidos, enquanto o Ibovespa ficou estável em 134 mil pontos. A arrecadação federal de julho veio acima do esperado, impulsionada pelo setor de serviços. Hoje, destaque para o PIB da Alemanha e salários na zona do euro. Ouça o Diário Econômico, o podcast do PicPay que traz tudo que você precisa saber sobre economia para começar o seu dia, com base nas principais notícias que

    Consumo em supermercados cresceu 4% em julho, aponta Abras

    O consumo nos lares brasileiros nos supermercados registrou alta de 4% em julho na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado nesta quinta-feira (21). Em relação a junho, o crescimento do consumo foi de 2,4%, enquanto no acumulado do ano até julho, o indicador apresentou elevação de 2,6%. Os dados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O crescimento interanual de 4% reflete um movimento sustentado pela melhora da renda e do mercado de trabalho. No recorte mensal, julho costuma apresentar retração