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pecuarista que enfrentou invasão do MST investe em inovação e sustentabilidade

pecuarista que enfrentou invasão do MST investe em inovação e sustentabilidade


Pioneira em um setor historicamente masculino, a pecuarista Cláudia Irene Tosta Junqueira, de Ituverava (SP), construiu uma trajetória marcada por coragem, inovação e resultados no agronegócio. Em entrevista ao programa A Protagonista, do Canal Rural, ela contou como superou o medo durante as invasões de terra no Pontal do Paranapanema, enfrentou o MST de cabeça erguida e transformou um momento de conflito em impulso para crescer e inspirar outras mulheres no campo.

“Daqui eu não saio, porque essa fazenda é produtiva e está dentro da lei. Enfrentei invasões, ameaças e incêndios, mas continuei trabalhando”, relembra Cláudia, emocionada.

Do conflito à oportunidade

O episódio aconteceu quando Cláudia estava à frente de uma fazenda modelo, com escola, serraria e laboratório de embriões. Em meio à tensão dos conflitos fundiários na região, ela decidiu permanecer no local, mesmo diante da pressão e do risco.

“Foram anos difíceis, mas nunca pensei em desistir. A gente descobre a força que tem quando é testado”, afirma.

A produtora também conta que buscou o diálogo como caminho para a paz. Em um gesto que surpreendeu até os vizinhos, ela procurou pessoalmente o líder do movimento, José Rainha, para negociar uma trégua.

“Fui na casa dele, sem medo. Fizemos um pacto de respeito. Foi um risco, mas trouxe tranquilidade para a região e me permitiu continuar produzindo.”

Cláudia conta que acabou ajudando integrantes do movimento. “Eu ajudava as famílias acampadas. Mandei cobertores, carne, remédios. As crianças não têm culpa. A mulher tem esse olhar empático que muda tudo.”

Com o tempo, as terras do Pontal do Paranapanema foram regularizadas e valorizadas, e a fazenda de Cláudia se consolidou como exemplo de produtividade e gestão sustentável.

Inovação e pioneirismo no campo

Após o conflito, Cláudia consolidou sua reputação como uma das pecuaristas mais inovadoras do país. Foi a primeira mulher a ter uma fazenda certificada em São Paulo e participou do primeiro leilão de prenhezes de embriões no Brasil, quando a técnica ainda era novidade.

“Ninguém acreditava que uma vaca preta pudesse parir um bezerro branco. Era uma revolução”, brinca. “Hoje o Brasil é líder mundial em transferência de embriões, e isso mostra a força de quem acredita em tecnologia.”

Cláudia também acompanhou de perto o avanço da cogeração de energia a partir do bagaço de cana, tecnologia que ajudou a transformar a matriz energética do país.

“Na época da seca, quando as hidrelétricas produzem menos, entra a energia gerada pela cana. Isso mostra como o agro é essencial para o Brasil.”

A força da mulher e o legado familiar

Filha e neta de pecuaristas, Cláudia cresceu entre o gado e as plantações. Mesmo formada em Letras, decidiu escrever sua própria história na terra.

“Desde pequena eu dizia que queria ser fazendeira. Sempre gostei de bicho, de cavalo, de boi. Era uma paixão natural.”

Hoje, ela é testemunha da transformação feminina na gestão rural, especialmente nas sucessões familiares.

“Muitas mulheres assumiram os negócios depois de verem problemas em partilhas e heranças. A mulher é detalhista, cuidadosa e humilde para aprender. Quando começa a mostrar resultado, todos passam a respeitar.”

Com sua forma empática e firme de liderar, Cláudia acredita que o futuro do agro passa pela presença feminina.

“O homem é mais direto; a mulher negocia, conversa, busca um preço melhor. E no dia a dia da fazenda, ela tem empatia. Isso muda tudo.”

Resiliência e inspiração

Décadas depois, Cláudia continua à frente dos negócios da família e segue inspirando novas gerações de mulheres rurais.

“As mulheres estão mostrando resultado e é isso que faz a diferença. No agro, ninguém acredita em conversa: o que vale é o resultado.”

Para ela, protagonismo é unir tradição, gestão e paixão. “O agro me ensinou que mesmo nas maiores adversidades é possível rir, seguir e prosperar. Porque quem trabalha com amor nunca desiste.”

Veja a íntegra da entrevista concedida por Cláudia Junqueira ao programa A Protagonista, do Canal Rural:



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