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Radar em miniatura tem precisão superior a 90% na estimativa de umidade do solo

Radar em miniatura tem precisão superior a 90% na estimativa de umidade do solo


Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Feagri-Unicamp) tem utilizado um sistema de radar miniaturizado embarcado em drones para elaborar mapas de umidade de solo de plantações como a de cana-de-açúcar.

Por meio de um projeto financiado pela Fapesp, no âmbito de um acordo com a IBM Brasil, os cientistas desenvolveram uma tecnologia que, a partir da interação das ondas de frequência emitidas por esse sistema de radar em três bandas diferentes, que não só tocam, como penetram o solo, possibilita estimar a quantidade de água disponível em diferentes parcelas de uma lavoura.

O projeto resultou na criação de uma startup, a Radaz, apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe).

“A precisão do sistema para estimar a umidade relativa de uma parcela de solo monitorada é maior do que 90%”, contou à Agência Fapesp, a professora da Feagri e integrante do projeto, Barbara Janet Teruel Medeiros.

Radar em plantações de cana

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Foto: Maria Goreti dos Santos/ Embrapa Agroenergia

O desenvolvimento do sistema envolveu a experimentação em campo, a validação com métodos tradicionais e os testes em plantações de cana-de-açúcar no estado de São Paulo.

“Pudemos prever com bastante antecedência a produtividade dessa cultura em termos da quantidade de biomassa que seria produzida quando chegasse no ponto de maturidade, bem como qual seria a melhor data para a colheita”, disse Medeiros.

Segundo a pesquisadora, o nível de umidade do solo não é homogêneo, bem como o de porosidade e escoamento de água. Nesse sentido, ao estimar a umidade do solo de uma plantação, é possível implementar sistemas de irrigação com taxa variável, resultando em maior economia de água.

“Dessa forma não seria mais preciso abrir o sistema de irrigação para escoar uma quantidade de água desnecessária. Seria possível ajustá-lo para liberar o tanto ideal para uma determinada parcela do solo, evitando saturar certas regiões ou deixar faltar em outras que estão com níveis abaixo do necessário para o crescimento da cultura”, explicou.

Projetos europeus

Os objetivos são semelhantes aos de dois projetos iniciados recentemente na Europa, com a participação de pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias do Conselho Superior de Investigações Científicas (ICA-CSIC).

O primeiro, chamado projeto Dati, que envolve, além de pesquisadores da Espanha, também da Itália, Marrocos, Portugal e França, pretende estimular o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas no domínio da agricultura digital por meio da utilização de drones, imagens de satélite e estações agrometeorológicas para reduzir entre 15% e 20% o consumo de água em comparação com o sistema de irrigação tradicional.

Já o projeto Earth Observation for Water Use Efficiency, capitaneado pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), da Espanha, pretende fornecer ferramentas baseadas na observação da Terra para a avaliação e gestão da eficiência e produtividade do uso da água em pastagens e culturas de cereais no Mediterrâneo.

“É preciso fornecer soluções para a agricultura de precisão, pois estamos cientes de que o solo não é homogêneo e as plantas não se desenvolvem de uma mesma forma por toda a superfície. Por isso, não podemos administrar toda uma área da mesma maneira. A ideia é dividi-la por zonas, para que possamos realmente fazer um tratamento ou gerenciamento específico do local”, disse Irene Borra, pesquisadora do ICA.

Os pesquisadores espanhóis estão realizando um estudo em que pretendem, por meio de análises de imagens obtidas por veículos aéreos não tripulados e métricas baseadas em evapotranspiração (perda de água do solo por evaporação e da planta pela respiração), aumentar a precisão na detecção de estresse hídrico (falta de água) em videiras.

“Estamos elaborando mapas que nos indicam áreas onde está realmente tudo bem com relação à água e outras que precisamos cuidar, pois apresentam estresse hídrico”, contou Borra.



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