USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ -- USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ --
Navegando:
Brasil propõe união de seis países para melhorar remuneração ao produtor de cacau

Brasil propõe união de seis países para melhorar remuneração ao produtor de cacau


Costa do Marfim, Gana, Equador, Camarões, Nigéria e Brasil são, atualmente, os seis países que mais produzem cacau no mundo. Para o presidente da Agência de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, essas nações precisam se unir para remunerar o elo mais fraco de uma indústria bilionária: o produtor.

Por isso, durante a missão África Ocidental, que passou pela Nigéria, Gana e Costa do Marfim e ainda irá ao Senegal, Viana fez a proposta ao presidente ganense, John Mahama, de formação do grupo. A ação brasileira foi promovida pelo Itamaraty com o apoio da ApexBrasil e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

“Gana é o segundo maior produtor mundial de cacau e uma referência de qualidade na produção. Junto com a Costa do Marfim, representam 60% da oferta mundial de cacau, mas esses países juntos ficam com apenas 6% da renda do setor. Uma organização dos maiores produtores pode ajudar a aumentar a renda daqueles que estão na base da cadeia de produção”, destaca o presidente da Agência.

Segundo Viana, a iniciativa não visa o antagonismo com os que industrializam o cacau, mas é voltada a uma melhor remuneração aos países que produzem o fruto. “Certamente isso vai melhorar a vida dos produtores, dos agricultores que produzem cacau”, disse.

O presidente da entidade lembra que a produção brasileira de cacau já chegou a atingir cerca de 400 mil toneladas, o suficiente para inserir o país entre os quatro maiores, mas também já chegou a recuar para 50 mil. Atualmente, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está sinalizada em 296 mil toneladas. Tal alavancagem leva à estimativa de que o país esteja no pódio dos maiores colhedores do fruto futuramente.

“Eu posso afirmar, como técnico, que, pela tecnologia desenvolvida, em algumas décadas, o Brasil vai estar entre os três maiores produtores de cacau do mundo, mas queremos fazer isso junto com a África, transferindo tecnologia, melhorando também a qualidade do cacau que produzimos, e fazendo o processamento do produto”.

Experiência brasileira

O Brasil é atualmente o sexto maior produtor mundial de cacau e ocupa posição privilegiada por ter grande representatividade em toda a cadeia de valor, sendo exportador de derivados de cacau e chocolate.

No país, mais de 90% da produção está localizada no Pará e na Bahia, com destaque para a expansão da cacauicultura para regiões baianas não tradicionais no cultivo, principalmente no oeste do estado, onde o cultivo ocorre a pleno sol, com irrigação e uso intensivo de tecnologias.

O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e produtor de cacau, Moisés Schmidt, participa da Missão África Ocidental e comenta que, no cerrado baiano, a cacauicultura se destaca pela precocidade e produtividade.

“Nós temos na região a Bio Brasil, que é considerado o maior viveiro hoje de cacau do Brasil e do mundo. Neste ano, nós estamos produzindo 3 milhões e 500 mil mudas e até 2027 vamos produzir 10 milhões de mudas ao ano. Do ponto de vista de dimensão da produção, são cerca de 400 hectares de cacau. Hoje, já estamos nas primeiras colheitas com uma produção média de 3.500 quilos de cacau por hectare. Então, viemos mostrar nossas soluções, para uma eventual exportação de tecnologia para gerar maior produtividade”, afirmou.

No setor de cacau, além da Aiba, participam da missão o Instituto Arapyaú e o Centro de Inovação do Cacau. Os representantes do setor fizeram visitas técnicas a fazendas produtoras de cacau e de reuniões com representantes do Conselho do Cacau em Gana e do Conselho do Cacau e do Café na Costa do Marfim.

Desafios à produção de cacau

O representante do Instituto Arapyaú na missão, Ricardo Gomes, conta que durante as visitas técnicas em Gana e na Costa do Marfim, três temas centrais tiveram destaque:

  • Os desafios climáticos que afetam a cultura do cacau e a importância de sistemas produtivos mais resilientes, como os agroflorestais;
  • A queda na produção dos países africanos que desabastecem o mercado global e abrem espaço para o Brasil investir em tecnologia e expansão sustentável do cacau;
  • A necessidade de fortalecer cooperativas, ampliar o acesso a financiamento e fomentar a inovação para impulsionar o setor.

Já de acordo com o diretor do Centro de Inovação do Cacau, Cristiano Villela, a necessidade de remunerar melhor aqueles na base da cadeia produtiva também esteve no centro dos debates.

“Vimos grande similares com a produção no Brasil, mas uma diferença fundamental é a questão da remuneração. Os produtores africanos recebem a um preço chega a [apenas] 40% do valor de bolsa”, afirmou.

Dando seguimento à agenda de cooperação da Missão, a ApexBrasil definiu um plano de trabalho com o Centro de Promoção de Investimentos da Costa do Marfim (CEPICI), que deve tocar temas como o processamento de alimentos, agregação de valor a produtos agrícolas, capacitação técnica, produção de medicamentos e cooperação para enfrentamento de doenças tropicais.



Source link

Assine nossa Newsletter

Sinta-se no campo com as notícias mais atualizadas sobre o universo do agronegócio.

Sem spam, você pode cancelar a qualquer momento.


Notícias Relacionadas

EUA consideram impor novas restrições à exportação de produtos para a China

O governo dos Estados Unidos avalia impor novas restrições à exportação de produtos para a China que contenham ou utilizem software desenvolvido no país, como laptops e motores a jato. A medida seria uma retaliação às recentes limitações impostas por Pequim à exportação de terras raras, insumo essencial para a indústria tecnológica global. Segundo fontes ouvidas pela agência Reuters, a proposta está entre as opções em análise pela administração Trump e marcaria uma escalada significativa na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O plano daria sequência à ameaça feita por Donald Trump de proibir a venda de “software crítico” à China e

gigante chinesa XCMG amplia presença no Brasil com novos investimentos

A gigante chinesa de máquinas pesadas XCMG consolidou ainda mais sua presença no Brasil durante o evento “Brasil Produtivo”, realizado no Palácio Tangará, em São Paulo, na última semana. Organizado pela Extra Máquinas, representante oficial da marca no país, o encontro reuniu autoridades, empresários e líderes do setor, destacando o papel estratégico da XCMG na modernização da infraestrutura e no aumento da produtividade brasileira. Entre as autoridades presentes estiveram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, além de representantes de entidades e empresas parceiras. O evento reforçou a importância da cooperação sino-brasileira e da presença crescente

Trump diz que pecuaristas dos EUA ‘só estão bem’ por causa de tarifas impostas à carne do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rebateu duramente nesta quarta-feira (22) as críticas de pecuaristas americanos e de republicanos ligados ao setor agropecuário após declarar que estuda comprar carne bovina da Argentina para reduzir os preços do alimento no país. Em publicação feita na rede social Truth Social, Trump afirmou que o bom momento da pecuária norte-americana só existe graças às tarifas impostas por ele. “Os criadores de gado, a quem eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo tão bem, pela primeira vez em décadas , é porque impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo

Custos em queda não sustentam margem do produtor de leite no RS

O preço do leite pago ao produtor voltou a cair no Rio Grande do Sul. Em setembro, o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores (IIPR) registrou recuo de 1,6% em relação a agosto, conforme levantamento da Farsul. O resultado reflete a maior oferta de leite no mercado, o que tem pressionado a renda nas propriedades. No acumulado de 12 meses, o IIPR aponta deflação de 11,44%, contrastando com a alta de 6,61% do IPCA Alimentos no mesmo período. Para a federação, o dado mostra que as altas registradas no varejo não se explicam pelos valores pagos ao produtor, mas sim por outros elos

Hugo Motta defende votar Orçamento só depois do ajuste fiscal

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 só deve ocorrer depois de o governo resolver a questão fiscal. Segundo ele, votar o texto antes disso poderia obrigar o Congresso a alterar a meta posteriormente. A declaração foi dada nesta terça-feira (21), em meio às discussões sobre as novas medidas que o Ministério da Fazenda deve encaminhar para compensar a perda de receitas após a queda da Medida Provisória (MP) que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Fazenda busca alternativas à MP do IOF A MP, que perdeu validade no

Incertezas na relação entre EUA e China causam tensão nos mercados

No morning call desta quarta-feira (22), a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, comenta que as incertezas sobre o encontro entre Trump e Xi Jinping elevaram a volatilidade global. O dólar avançou 0,37% a R$ 5,39 e o Ibovespa caiu 0,29% a 144 mil pontos, pressionado por commodities e bancos. Juros futuros recuaram, refletindo cenário externo e otimismo fiscal doméstico. Hoje, destaque para o estoque de petróleo bruto nos EUA. Ouça o Diário Econômico, o podcast do PicPay que traz tudo que você precisa saber sobre economia para começar o seu dia, com base nas principais notícias que impactam o mercado financeiro. Para mais conteúdos de mercado

Preço do boi gordo se mantém firme e indicador de MS atinge maior valor do dia

O indicador do Boi Gordo Datagro encerrou nesta terça-feira (21) com o preço de R$ 310,72/arroba na praça de São Paulo, mostrando estabilidade e firmeza nas cotações desde o início de outubro. O Mato Grosso do Sul segue como destaque entre as principais praças pecuárias do país, com o indicador fechando em R$ 318/arroba, superando o valor paulista nas últimas semanas. De acordo com a Datagro, há encurtamento nas programações de abate, embora regiões com maior disponibilidade de animais em regime intensivo ainda operem com escalas mais confortáveis. Em São Paulo, as escalas de abate estão atualmente na faixa dos 10 dias corridos. No mercado

qual o grau de sangue do bezerro?

A estratégia de cruzamento do pecuarista que utiliza o gir leiteiro em vacas jersolanda (que combinam jersey e holandês) pode resultar em um tricross de grande valor genético. Segundo o zootecnista e especialista em gado leiteiro, Guilherme Marquez, esse acasalamento gera um “trigrau”, que agrega a rusticidade do zebuíno e mantém a produção leiteira do taurino. A composição do bezerro é facilmente calculada, sendo crucial para o planejamento genético. Confira: Neste caso específico, assume-se que a matriz jersolanda (uma variação de girolando) seja meio-sangue (50% jersey e 50% holandês). Ao utilizar um touro gir leiteiro (uma raça zebuína pura, ou seja, 100% gir) nessas matrizes,

Exportações sustentam firmeza nos preços do boi gordo no país

Nesta terça-feira (21), o mercado físico do boi gordo voltou a registrar negócios acima da referência média, com destaque para Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Em São Paulo, os preços permaneceram sustentados, apoiados pela boa disponibilidade de animais terminados em confinamento e pela posição confortável das escalas de abate nos frigoríficos de maior porte, impulsionadas por animais de parceria. De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, as exportações continuam como um fator determinante para o bom desempenho do setor, com forte ritmo de embarques ao longo de 2025. Preços do boi gordo (arroba) São Paulo: R$ 313,20 (modalidade

Pecuaristas dos EUA se irritam com Trump após declaração sobre compra de carne da Argentina

Os pecuaristas dos Estados Unidos ficaram irritados com as recentres declarações de Donald Trump sobre a carne argentina. O presidente norte-americano disse para jornalistas no último domingo (19) que estava cogitando comprar carne bovina da Argentina para baixar o preço do alimento no país. Em resposta aos planos do republicanos, a NCBA, entidade que reúne os principais pecuaristas americanos publicou uma nota na terça-feira (20) criticando os planos de Trump “Os agricultores familiares e pecuaristas da NCBA têm inúmeras preocupações com a importação de mais carne bovina argentina para reduzir os preços ao consumidor. Este plano só cria caos em um momento crítico do ano