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Guzerá na carne premium: raças além do angus surpreendem nos cruzamentos

Guzerá na carne premium: raças além do angus surpreendem nos cruzamentos


A procura por carne premium está transformando a estratégia de muitos pecuaristas brasileiros, inclusive com a raça zebuína Guzerá. Quer diversificar seus cruzamentos e otimizar a produção de carne premium com Guzerá? Assista ao vídeo e confira as dicas.

No quadro “Giro do Boi Responde”, o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial, respondeu à dúvida de Valdeir Ferreira, produtor de Patrocínio (MG), sobre como usar suas matrizes Guzerá para produzir carne de qualidade superior sem depender apenas do tradicional cruzamento com Angus.

Zadra destacou que o Angus ainda é a principal referência quando se fala em marmoreio e maciez, mas há outras raças taurinas — inclusive asiáticas — que podem elevar ainda mais a qualidade da carcaça.

A chave está em combinar boa genética com manejo nutricional adequado, principalmente quando se busca mercado gourmet ou programas certificados.

Bovinos da raça Wagyu da fazenda. Foto: Divulgação

Se o objetivo é elevar o grau de marmoreio, duas raças ganham destaque:

  • Wagyu: raça japonesa com fama internacional por sua carne extremamente marmorizada. Ideal para cruzamentos direcionados ao mercado premium.
  • Akaushi: também japonesa, é uma linhagem do Wagyu que imprime ainda mais marmoreio, além de excelente maciez.

Essas raças podem ser usadas em cruzamentos com matrizes meio-sangue Angus, resultantes da primeira geração entre Guzerá e Angus.

Essa estratégia potencializa os ganhos de qualidade sem comprometer a adaptabilidade e a rusticidade do rebanho.

Fêmeas F1: base para produção de carne super precoce

Vacas Guzerá. Foto: Divulgação
Vacas Guzerá. Foto: Divulgação

Zadra chama atenção para o valor da fêmea meio-sangue Angus, considerada por ele a “rainha da pecuária”.

Além de boa precocidade sexual e fertilidade, essa matriz pode produzir bezerros de alto valor genético e, em seguida, ser abatida com qualidade, atingindo os padrões exigidos por programas de carne de alta performance.

Com isso, o pecuarista consegue:

  • Otimizar o uso da vacada Guzerá, preservando rusticidade e leite.
  • Produzir bezerros de cruzamento industrial com bom desempenho em confinamento.
  • Abater fêmeas com idade avançada e, mesmo assim, entregar carne macia e marmorizada.

Tricross para carne gourmet e ganho de valor

Para atingir o chamado “marmoreio grill”, com gordura entremeada visível e sabor diferenciado, a recomendação de Zadra é clara:

  1. Cruzar matrizes Guzerá com touros Angus, gerando fêmeas F1.
  2. Cobrir essas fêmeas F1 com touros Wagyu ou Akaushi, formando um tricross com alta chance de qualidade premium.
  3. Desmamar os bezerros e confiná-los por mais de 200 dias, garantindo ganho de peso e formação do marmoreio ideal para o mercado gourmet.

Esse planejamento exige dedicação à nutrição, já que o marmoreio depende diretamente da oferta energética prolongada no cocho.

Nutrição, adaptação e resultado garantido

Além do fator genético, a alimentação de precisão e o tempo de confinamento adequado são cruciais para expressar o potencial do marmoreio.

As raças Wagyu e Akaushi também oferecem boa adaptação ao frio, e, mesmo sem conforto térmico adicional, respondem bem ao manejo nutricional no cocho, ganhando peso com eficiência.

Com essa estratégia, o pecuarista consegue:

  • Ampliar os ganhos com carne diferenciada;
  • Manter um rebanho rústico, produtivo e adaptado ao Brasil tropical;
  • Participar de programas de carne certificada com valores agregados por animal.

Para quem busca inovação na pecuária de corte, o cruzamento do Guzerá com taurinos de alto marmoreio representa uma oportunidade rentável e sustentável.



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