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Boi sustentável no cocho: DDG e WDG aceleram o abate com menor impacto

Boi sustentável no cocho: DDG e WDG aceleram o abate com menor impacto


A alimentação do gado confinado tem passado por uma revolução silenciosa, mas de grande impacto na pecuária brasileira. O uso de coprodutos industriais como DDG e WDG, derivados da produção de etanol de milho, está permitindo encurtar o ciclo de abate, melhorar a eficiência alimentar e ainda contribuir para uma pecuária mais sustentável.Quer saber como otimizar a dieta do seu gado e contribuir para um “boi sustentável no cocho”? Assista à reportagem completa abaixo!

Durante a Dinapec 2025, evento da Embrapa Gado de Corte em Campo Grande (MS), o Fórum Pré-COP reuniu especialistas para debater novas estratégias nutricionais para os bovinos.

Um dos destaques foi o professor Luciano Cabral, da UFMT, que explicou como o uso de resíduos industriais na dieta dos animais é capaz de reduzir custos, aumentar a produtividade e mitigar emissões.

Bovinos se alimentando com DDG no cocho. Foto: Divulgação

Segundo Cabral, o Brasil tem à disposição uma enorme variedade de resíduos agrícolas e industriais com alto potencial nutricional. Entre os principais estão:

  • Torta de algodão e caroço de algodão: sobras da produção de biodiesel.
  • DDG (grãos secos) e WDG (grãos úmidos): coprodutos do etanol de milho.

Esses ingredientes, além de mais baratos que os tradicionais, apresentam compostos fenólicos que ajudam a controlar a fermentação ruminal.

Isso reduz a produção de metano entérico, um dos principais gases de efeito estufa da pecuária. A simples inclusão de 7% a 15% de torta de algodão ou mais de 20% de DDG na dieta pode cortar as emissões em até 10%.

A diversificação da dieta contribui diretamente para:

  • Aumento da conversão alimentar, com melhor aproveitamento dos nutrientes;
  • Redução do tempo de confinamento, com animais atingindo o peso ideal mais cedo;
  • Abate mais precoce, resultando em carne de qualidade superior e menores custos de produção.

Além disso, a tendência é de crescimento na produção de etanol de milho e biodiesel nos próximos anos, o que ampliará a disponibilidade de DDG e WDG para os pecuaristas. Isso cria um ciclo virtuoso entre a agricultura, a indústria de biocombustíveis e a pecuária.

Ruminantes: recicladores naturais do agronegócio

Detalhe de DDG no cocho. Foto: Divulgação
Detalhe de DDG no cocho. Foto: Divulgação

Os ruminantes possuem uma habilidade única: transformar biomassa vegetal não comestível por humanos – como celulose, hemicelulose e lignina – em carne e leite de alta qualidade.

Esse processo transforma resíduos em proteína nobre, agregando valor às cadeias produtivas e promovendo segurança alimentar.

O professor Luciano reforça a necessidade de comunicar ao mundo a importância dessa função dos ruminantes, especialmente em fóruns internacionais como a COP.

A pecuária brasileira é exemplo de produtividade com responsabilidade ambiental, e a alimentação com coprodutos é uma das provas mais sólidas disso.

Sustentabilidade na prática

Utilizar resíduos da produção agrícola e energética na dieta dos bovinos é uma solução de baixo custo e alto impacto. O pecuarista ganha em produtividade e economia, e o planeta ganha em menor emissão de gases.

O desafio agora é ampliar o conhecimento sobre essas práticas e torná-las acessíveis a mais produtores. Afinal, o futuro da pecuária brasileira está no boi sustentável no cocho, com eficiência, respeito ao meio ambiente e comunicação assertiva com o mundo.



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