USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ -- USD: R$ -- EUR: R$ -- BTC: R$ --
Navegando:
Como escolher entre sêmen convencional, sexado e genômico na pecuária

Como escolher entre sêmen convencional, sexado e genômico na pecuária


A inseminação artificial evoluiu e se consolidou como ferramenta essencial para o avanço da genética bovina na pecuária. Hoje, o pecuarista pode escolher entre diferentes tipos de sêmen, convencional, sexado ou genômico, para alcançar objetivos específicos no rebanho. Mas qual é a melhor opção para cada sistema produtivo? A resposta passa por planejamento, análise de dados e alinhamento com as metas da fazenda.

Mais do que entender o tipo de material genético, é preciso compreender o papel estratégico que cada tecnologia desempenha. De acordo com especialistas em entrevista ao Canal do Criador, a escolha correta pode acelerar o ganho genético, aumentar a eficiência reprodutiva e gerar impacto direto na rentabilidade da atividade.

Genômica encurta o caminho até o ganho genético

Segundo Raul Lara Resende, analista técnico da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a genômica tornou possível prever o mérito genético de um touro ainda muito jovem, com base em informações de DNA e parentesco. Essa tecnologia antecipa decisões que, até pouco tempo atrás, só poderiam ser tomadas após anos de avaliação da progênie.

“Hoje já se identifica em um bezerro ou até em um embrião um potencial genético equivalente ao de um touro adulto de nove anos do passado. Isso propiciou velocidade, redução de custos, precisão e eficiência muito superiores aos programas tradicionais de melhoramento”, explica Resende.

Na prática, touros genômicos são indicados para acelerar ciclos de seleção, permitindo que os produtores utilizem reprodutores superiores antes mesmo que esses tenham filhos avaliados.

Acurácia e risco: o que considerar no uso de sêmen genômico

Apesar das vantagens, o uso de sêmen genômico exige atenção quanto à acurácia das informações. Segundo Resende, “a confiabilidade das provas genômicas depende da qualidade dos dados utilizados e da densidade dos testes. Raças como Nelore, Holandês e Angus já têm bancos robustos e validações consistentes”.

Outro ponto importante é o tamanho do rebanho. “Em rebanhos grandes, mesmo com variação nos resultados, a chance de nascerem indivíduos muito superiores compensa o uso mais intenso de sêmen genômico. Já em rebanhos pequenos, o ideal é usar essa ferramenta de forma mais criteriosa, equilibrando com touros provados”, recomenda o analista da Asbia.

A genômica também pode ser aplicada em fêmeas, permitindo que o produtor direcione acasalamentos com maior precisão, selecione matrizes com base no mérito genético e utilize o sêmen ideal para cada perfil de animal.

Melhoramento genético de gado bovino
FOTO: Divulgação | Jm Matos

Convencional ou sexado: como cada um se encaixa no sistema produtivo

De acordo com Gustavo Sousa Gonçalves, gerente de Leite Europeu da Alta Brasil, o sêmen convencional continua sendo amplamente utilizado pela resistência e pelas melhores taxas de prenhez. “O convencional aguenta mais ‘desaforo’, ou seja, emprenha um bom percentual de animais mesmo diante de problemas no manejo e no ambiente”, afirma.

Já o sêmen sexado, que permite escolher o sexo da cria, é indicado principalmente para rebanhos leiteiros bem manejados, com foco em reposição de fêmeas de alto valor genético. “No gado de leite, a possibilidade de aumentar o número de nascimentos de fêmeas é extremamente vantajosa. Mas é preciso que o rebanho tenha índices reprodutivos consistentes para aproveitar bem essa tecnologia”, ressalta Gonçalves.

A pureza do sêmen sexado hoje gira em torno de 90%, mas ele exige cuidados rigorosos no descongelamento e na aplicação. Pequenas falhas no manejo podem comprometer os resultados.

Estratégia e planejamento são fundamentais para o sucesso

Combinar diferentes tipos de sêmen pode ser uma solução eficiente para a genética bovina quando há planejamento reprodutivo. “Por exemplo, podemos usar sêmen sexado nas novilhas por até três tentativas. Se não houver sucesso, passamos para o convencional. Isso reduz custo e mantém a eficiência do sistema”, orienta Gonçalves.

O especialista reforça ainda que o maior erro do produtor é tomar decisões sem base nos dados da própria fazenda. “A pecuária moderna não tolera mais decisões no escuro nem ações sem preparo. A tecnologia está aí, mas ela só funciona com gestão, capacitação da equipe e suporte técnico qualificado”, conclui.

A aplicação como grande diferencial 

Sêmen convencional, sexado ou genômico: todos têm potencial de contribuir para o avanço genético do rebanho. A diferença está no modo como são aplicados. O convencional oferece robustez, o sexado direciona a reposição com mais precisão e o genômico acelera o progresso genético. A escolha ideal vai depender do sistema de produção, dos recursos disponíveis e, principalmente, do planejamento.

Antes de definir qual tipo usar na genética bovina, vale buscar suporte técnico e alinhar a decisão com os objetivos produtivos da propriedade. Quando bem orientado, o uso estratégico dessas tecnologias pode transformar os resultados da fazenda em poucas gerações.



Source link

Assine nossa Newsletter

Sinta-se no campo com as notícias mais atualizadas sobre o universo do agronegócio.

Sem spam, você pode cancelar a qualquer momento.


Notícias Relacionadas

separar despesas fixas e operacionais pode salvar o caixa da fazenda; entenda

A gestão financeira de uma fazenda de pecuária exige que o produtor rural adote um método que vá além da simples anotação de despesas. No novo episódio da série “A Conta do Boi”, no Giro do Boi, o doutor em Zootecnia Gustavo Sartorello afirma que o passo mais crucial é classificar todas as despesas em duas categorias fundamentais: fixas e operacionais. Segundo ele, anotar despesas sem classificá-las é um erro de gestão que impede a tomada de decisões estratégicas. Sartorello explica que essa classificação, embora pareça simples, é o que separa o custo de base para sustentar a operação (custo fixo) do custo de atividade

Preço do boi gordo se mantém estável no país; confira o fechamento de mercado

Nesta quarta-feira (22), o mercado físico do boi gordo apresentou alta em estados como Tocantins, Pará, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde as escalas de abate estão mais apertadas. Em São Paulo, os preços se mantêm acomodados, com frigoríficos de maior porte bem escalados e boa oferta de animais de parceria. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o cenário indica redução do diferencial de base e menor eficiência de hedge. Preços do boi gordo em arroba São Paulo: manteve em R$ 313,62 (a prazo) Goiás: manteve em R$ 303,93 Minas Gerais: manteve em R$ 303,82 Mato Grosso do Sul: manteve em

evento debate pecuária sustentável e desmatamento

Produtores, frigoríficos, investidores e representantes do Ministério Público se reuniram em Brasília para o evento Diálogos Boi na Linha, iniciativa do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) em parceria com o Ministério Público Federal. O encontro discutiu o fortalecimento de compromissos socioambientais na cadeia da carne bovina, com foco na redução do desmatamento e no incentivo à regularização de áreas degradadas. Segundo a diretora executiva do Imaflora, Marina Piatto, a iniciativa também inclui programas de requalificação de produtores, permitindo que aqueles que tenham áreas degradadas possam regularizar suas propriedades e voltar ao mercado com segurança. Beef on Track Durante o evento, foi

Cecafé e governo preparam terreno para encontro Lula-Trump

O setor cafeeiro brasileiro acompanha de perto as negociações em torno de uma possível revisão das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. Em setembro, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os embarques de café ao mercado norte-americano registraram queda de 52,8% em relação ao mesmo mês de 2024. Diante desse cenário, o Cecafé intensificou o diálogo com o governo federal para tentar reverter o quadro. Nesta quarta-feira (22), representantes da entidade se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto, para tratar das estratégias de retomada. Café é prioridade nas negociações

Genética e produtividade colocam o Brasil no caminho da liderança global da carne, diz diretor da Friboi

A pecuária brasileira entra na próxima década com o desafio de consolidar sua liderança global em um mercado cada vez mais competitivo. Em entrevista ao Giro do Boi, o zootecnista Eduardo Pedroso, diretor executivo de originação da Friboi, afirma que o caminho para o sucesso reside na aceleração genética e na adoção de um sistema de alta eficiência, com foco inegociável na sustentabilidade e na rentabilidade. Confira: Segundo Pedroso, para dar o próximo passo em produtividade, o Brasil precisa erradicar imediatamente o uso de touros inferiores na reprodução. “O maior sócio oculto da pecuária brasileira hoje chama boi cabeceira de boiada emprenhando vaca”, disse. O

EUA consideram impor novas restrições à exportação de produtos para a China

O governo dos Estados Unidos avalia impor novas restrições à exportação de produtos para a China que contenham ou utilizem software desenvolvido no país, como laptops e motores a jato. A medida seria uma retaliação às recentes limitações impostas por Pequim à exportação de terras raras, insumo essencial para a indústria tecnológica global. Segundo fontes ouvidas pela agência Reuters, a proposta está entre as opções em análise pela administração Trump e marcaria uma escalada significativa na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O plano daria sequência à ameaça feita por Donald Trump de proibir a venda de “software crítico” à China e

gigante chinesa XCMG amplia presença no Brasil com novos investimentos

A gigante chinesa de máquinas pesadas XCMG consolidou ainda mais sua presença no Brasil durante o evento “Brasil Produtivo”, realizado no Palácio Tangará, em São Paulo, na última semana. Organizado pela Extra Máquinas, representante oficial da marca no país, o encontro reuniu autoridades, empresários e líderes do setor, destacando o papel estratégico da XCMG na modernização da infraestrutura e no aumento da produtividade brasileira. Entre as autoridades presentes estiveram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, além de representantes de entidades e empresas parceiras. O evento reforçou a importância da cooperação sino-brasileira e da presença crescente

Trump diz que pecuaristas dos EUA ‘só estão bem’ por causa de tarifas impostas à carne do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rebateu duramente nesta quarta-feira (22) as críticas de pecuaristas americanos e de republicanos ligados ao setor agropecuário após declarar que estuda comprar carne bovina da Argentina para reduzir os preços do alimento no país. Em publicação feita na rede social Truth Social, Trump afirmou que o bom momento da pecuária norte-americana só existe graças às tarifas impostas por ele. “Os criadores de gado, a quem eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo tão bem, pela primeira vez em décadas , é porque impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo

Custos em queda não sustentam margem do produtor de leite no RS

O preço do leite pago ao produtor voltou a cair no Rio Grande do Sul. Em setembro, o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores (IIPR) registrou recuo de 1,6% em relação a agosto, conforme levantamento da Farsul. O resultado reflete a maior oferta de leite no mercado, o que tem pressionado a renda nas propriedades. No acumulado de 12 meses, o IIPR aponta deflação de 11,44%, contrastando com a alta de 6,61% do IPCA Alimentos no mesmo período. Para a federação, o dado mostra que as altas registradas no varejo não se explicam pelos valores pagos ao produtor, mas sim por outros elos

Hugo Motta defende votar Orçamento só depois do ajuste fiscal

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 só deve ocorrer depois de o governo resolver a questão fiscal. Segundo ele, votar o texto antes disso poderia obrigar o Congresso a alterar a meta posteriormente. A declaração foi dada nesta terça-feira (21), em meio às discussões sobre as novas medidas que o Ministério da Fazenda deve encaminhar para compensar a perda de receitas após a queda da Medida Provisória (MP) que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Fazenda busca alternativas à MP do IOF A MP, que perdeu validade no