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exportação recorde e demanda aquecida dão fôlego a preços no último trimestre do ano

exportação recorde e demanda aquecida dão fôlego a preços no último trimestre do ano


Após um período de quedas nos preços, o mês de setembro foi favorável em relação à demanda por animais no mercado, o que tem trazido certo ânimo para negociações no último trimestre de 2025. 

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea), ao todo, 348 mil toneladas de carne bovina (produtos in natura quanto industrializados) foram embarcadas no mês passado, o maior volume mensal da série da secretaria, iniciada em 1997.

Para o doutor em economia e coordenador do mestrado profissional em agronegócio do FGVAgro, Felippe Serigati, o resultado é puxado por uma condição de mercado que gera sustentação nos preços da pecuária, sobretudo em um momento em que a demanda pela carne brasileira no setor externo está aquecida.

“Sazonalmente, o quarto trimestre é um período mais forte mesmo. A gente não pode esquecer que a preferência sempre na média do brasileiro é a carne bovina. Tendo renda, é fila no açougue. Tem condições, tanto da oferta como da demanda, para gerar sustentação desses preços”, disse.

Exportações em recorde histórico

Ao todo, de acordo com a Secex, o total exportado de janeiro a setembro alcançou 2,41 milhões de toneladas, superando em 15,4% o resultado do mesmo período de 2024 e estabelecendo um novo recorde. 

China e Hong Kong foram os grandes protagonistas desse movimento, respondendo por 56,7% do total da carne vendida pelo Brasil. A demanda segue aquecida pela necessidade de formar estoques para o Ano-Novo Chinês que, em 2026, ocorrerá em 17 de fevereiro. 

“O grande mercado de carne bovina brasileira é o interno, mas no processo de formação de preços, quem forma muito mais esse preço é justamente o setor externo. Ele é o grande driver de formação. E um setor externo aquecido tende a gerar as condições para sustentar o preço da carne bovina brasileira”, disse Serigati.

Efeito do clima

Nesse contexto, vale destacar ainda que o cenário climático para o fim de outubro e o mês de novembro será marcado pela atuação do fenômeno La Niña, principal motor para o retorno das chuvas volumosas, com precipitações acima da média para as regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. 

Em entrevista recente ao programa Giro do Boi, o meteorologista Arthur Miller afirmou que a previsão de chuva acima da média se estende também para o Matopiba – região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia – e Pará.

No entanto, de acordo com Serigati, apesar da maior quantidade de precipitações em relação aos meses anteriores, elas devem ficar abaixo do normal para o período. 

“Se comparado à média histórica das diversas regiões do país, somente ali da porção mais central e Sudeste do país, estamos falando de um volume de chuva abaixo da média histórica. Isso, naturalmente, pode vir a comprometer a qualidade das pastagens com os todos os efeitos que isso tem, naturalmente, sobre os preços da pecuária”, destacou.

Projeções para o trimestre

Para o intervalo entre outubro e dezembro de 2025, o economista acredita que o cenário para a pecuária deve ser confortável, impulsionado por um consumo mais aquecido e expectativa de volumes recordes de carne bovina exportada.

“Olhando para 2026, o governo está mantendo a política fiscal extremamente expansionista. O ritmo dos embarques deve prosseguir. Deve ter só aquela pausa devido ao Ano Novo Chinês, mas isso é sazonal, o mercado já se prepara para isso. Acho que os fundamentos para sustentação dos preços da pecuária de corte são bem sólidos”, finalizou.



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