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Juros voltam a subir e devem ter impacto direto na cesta básica

Juros voltam a subir e devem ter impacto direto na cesta básica


Na última reunião de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, marcando a terceira alta consecutiva. A decisão busca controlar a inflação, mas seus impactos já são sentidos no bolso do consumidor, especialmente no aumento dos preços de alimentos e serviços.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou 0,39% em novembro. O resultado desacelerou na comparação com outubro, mas continua pressionado pelo aumento do preço das carnes e das passagens aéreas. No acumulado de 12 meses, a inflação chega a 4,87%, afetando itens básicos como óleo de soja e tomate. 

Juros altos e consumo reduzido

Segundo Gustavo Defendi, sócio-diretor da Real Cestas, empresa que atua no segmento de cestas básicas, as altas taxas de juros tornam o crédito mais caro, tanto para fornecedores quanto para consumidores. “Os custos de produção aumentam, refletindo no preço final das cestas básicas. Para os consumidores, o poder de compra é reduzido, o que pode impactar negativamente a demanda por alimentos essenciais”, afirma. No caso da cesta básica, essa combinação de fatores pode levar a escolhas mais econômicas e à priorização de gastos essenciais.

A previsão é de que, em dezembro, os preços permaneçam elevados devido à alta demanda típica das festas de fim de ano. O especialista alerta para restrições. “Os custos de energia, que representam cerca de 23,1% do preço final das cestas básicas, pressionam ainda mais os preços, impactando tanto consumidores quanto comerciantes”, destaca. Para Defendi, mesmo com a expectativa de maior consumo, a alta de preços e a redução do poder aquisitivo devem limitar o acesso aos produtos.

Corte de gastos e segurança alimentar

Outro fator é o corte de gastos anunciado pelo governo, que também pode afetar o mercado de cestas básicas. Defendi explica que programas sociais e subsídios, fundamentais para famílias de baixa renda, podem ser impactados, reduzindo a capacidade dessas famílias de adquirir alimentos.

Além disso, a redução em investimentos logísticos pode encarecer a distribuição, agravando a pressão nos preços.

Perspectiva para 2025

De acordo com o sócio-diretor da Real Cestas, o cenário econômico deve permanecer desafiador no próximo ano, com juros elevados e inflação ainda pressionada. Para o setor de cestas básicas, isso significa custos de produção mais altos e uma demanda possivelmente retraída. “É fundamental que políticas públicas considerem esses fatores para evitar que a segurança alimentar seja comprometida”, finaliza Defendi.



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