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Adeus à dermatofitose: este é o guia completo para proteger seu rebanho

Adeus à dermatofitose: este é o guia completo para proteger seu rebanho


Pecuaristas, a sanidade do rebanho é um pilar fundamental para a produtividade na atividade de cria. Um problema comum e que exige atenção é a dermatofitose em bovinos, uma doença de pele de origem fúngica que pode se espalhar rapidamente por toda a fazenda. Assista ao vídeo abaixo.

Médicos-veterinários e produtores de diversas regiões do país frequentemente buscam soluções para essa enfermidade.

Nesta quinta-feira (24), o médico-veterinário e consultor Guilherme Vieira trouxe a resposta para essa dúvida no quadro “Giro do Boi Responde” do programa Giro do Boi.

Ele explicou a origem, a transmissão, os sinais clínicos, o diagnóstico e, principalmente, as formas de tratamento e prevenção para combater a doença.

Entendendo a dermatofitose em bovinos

Bovinos com dermatofitose. Foto: Acervo de Guilherme Vieira
Bovinos com dermatofitose. Foto: Acervo de Guilherme Vieira

A dermatofitose, também conhecida como dermatomicose, é uma doença de pele altamente contagiosa causada por fungos dermatófitos.

Os principais responsáveis são os gêneros Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Ela pode atingir bovinos (tanto de corte quanto de leite), equinos e, de modo geral, todos os animais da propriedade.

A contaminação ocorre principalmente pelo contato direto entre os animais, o que é muito comum em confinamentos ou entre bezerros que permanecem juntos com suas mães ou outros bezerros.

Além disso, o ambiente também se configura como uma importante fonte de contaminação: bebedouros, comedouros, estábulos e currais podem estar contaminados, especialmente em locais fechados ou com alta concentração de animais.

A epidemiologia da doença revela que, embora apenas 25% a 30% do rebanho apresente lesões visíveis, muitos animais são portadores assintomáticos dos fungos.

Isso significa que eles carregam a doença sem manifestar os sinais clínicos, mas são capazes de transmiti-la, servindo como fontes de infecção.

Sinais clínicos, diagnóstico e fatores de risco

Bovinos com dermatofitose. Foto: Acervo de Guilherme VieiraBovinos com dermatofitose. Foto: Acervo de Guilherme Vieira
Bovinos com dermatofitose. Foto: Acervo de Guilherme Vieira

As lesões causadas pela dermatofitose são bastante características, facilitando a suspeita inicial:

  • Manchas circulares: Observa-se a presença de alopecia (queda de pelo) em formato circular, muitas vezes com aspecto enegrecido.
  • Outras características: As lesões podem apresentar pápulas (pequenas elevações na pele), crostas e descamação (caspas).
  • Localização: Geralmente, as lesões aparecem na tábua do pescoço, cabeça e nas paredes laterais do tórax. Contudo, dependendo da intensidade da infecção e da carga fúngica no ambiente, a doença pode evoluir e cobrir toda a pele do animal, chegando à parte posterior do corpo.

O diagnóstico preciso da dermatofitose é realizado por um médico-veterinário por meio de exames microscópicos de pelos e raspados cutâneos das lesões.

Esses exames são essenciais para um diagnóstico diferencial com outras doenças de pele que podem apresentar sinais semelhantes, como a dermatofilose.

Um fator importante que contribui para o surgimento e a proliferação da dermatofitose é a imunossupressão dos animais.

Bezerros, animais em fase de crescimento ou no período pós-desmama são mais suscetíveis, pois tendem a ter a imunidade mais baixa, o que os torna alvos fáceis para esses fungos oportunistas.

Tratamentos e prevenção para proteger a cria

O tratamento da dermatofitose pode ser realizado de forma tópica (diretamente nas lesões) ou sistêmica (com medicamentos que agem no organismo do animal).

Guilherme Vieira sugere algumas opções de tratamentos tópicos que podem ser utilizados:

  • Iodo 10% ou iodo povidona: Aplicado diretamente sobre as lesões.
  • Solução de água sanitária: Preparada na proporção de quatro colheres de sopa para cada 1 litro de água. Essa solução deve ser usada para lavar as áreas atingidas.
  • Solução de sulfato de cobre: Utiliza-se 150 gramas de sulfato de cobre para 5 litros de água.

Além do tratamento, a prevenção é fundamental para controlar a doença na cria e evitar sua disseminação:

  • Higiene do ambiente: Realize a limpeza e desinfecção regulares de bebedouros, comedouros, estábulos e currais, reduzindo a carga fúngica ambiental.
  • Isolamento de animais doentes: Separe imediatamente os animais que apresentarem lesões para evitar a transmissão do fungo para o restante do rebanho.
  • Manejo que minimize estresse: Adote condições de manejo que ajudem a manter a imunidade dos bezerros elevada, especialmente em fases críticas como o pós-desmama, quando eles estão mais vulneráveis.

A atenção a esses detalhes e a ação rápida no diagnóstico e tratamento são cruciais para acabar com o problema da dermatofitose e garantir a saúde e a produtividade dos seus bezerros.



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